"E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno." (Daniel 12:2)
Assim como se tem vida eterna no sentido de existir para sempre, os condenados serão envergonhados e desprezados em condição eterna. Para haver uma vergonha eterna, sem fim, não pode haver aniquilação da consciência.
Alguns negam a história do rico e de Lázaro. No texto de Lucas (16:19), o senhor Jesus usa o termo havia trazendo consigo um sentido histórico: "havia uma homem... e havia também...", e ainda cita os nomes de alguns personagens, como Abraão e Lázaro. Não pode ser uma comparação, uma visão sem sentido ou uma metáfora. A mesma palavra é empregada no livro de Jó: "havia um homem na terra de Uz... " (Jó 1:1). Em ambos os casos o sentido é que essas histórias são reais.
Portanto, negar a existência de um corpo espiritual e do inferno é negar a verdade do filho de Deus e a bíblia diz que os mentirosos não herdarão o reino de Deus.
A imortalidade da alma
Além da passagem do rico e Lázaro o senhor Jesus e seus apóstolos falaram da realidade de uma alma ou corpo espiritual. Analise as palavras ou expressões em negrito:
"À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados." (Hebreus 12:23).
Não faria nenhum sentido verter esse texto assim : "... os fôlegos dos justos aperfeiçoados". Veja abaixo o que o senhor Jesus afirma:
"E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." (Mateus 10:28).
Entenda com toda a sinceridade que Cristo enfatiza o corpo como algo diferente da alma. Seria um absurdo ele dizer: "E não podem matar o sangue, sopro; "... fazer perecer no inferno o sopro e o corpo". O fôlego se perde antes mesmo de alguém descer à sepultura, logo Cristo fala de uma alma que não pode ser aniquilada.
Os que sustentam a doutrina de um ser humano semelhante a um animal que morre e se desliga, de modo um tanto insolente negam as afirmações de Cristo e a imagem de Deus no homem o qual foi formado de alma, espírito e corpo. No contexto da Bíblia, a palavra (nefesh) geralmente se refere à vida humana, tanto física quanto espiritual. Por exemplo, em Gênesis 2:7, a Bíblia diz que Deus criou o homem e lhe deu (nefesh chayah), que significa "alma vivente". Nesse versículo, a palavra (nefesh) é usada para indicar que o homem é um ser vivo, com uma alma que o anima.
O que alguns não percebem durante o ato criativo de Deus é que todos os seres vivos, aves, peixes e animas foram criados pela palavra de Deus, já o homem recebera um fôlego especial em suas narinas e se tornou em alma vivente. De nada adiantaria o corpo de Adão ter apenas um mecanismo ou sistema respiratório se o mesmo não recebesse uma alma que fizesse o seu aparelho respiratório funcionar e trabalhasse a respiração em seu corpo físico. Assim, entende-se que o fôlego ou repiração é uma forma de sobrevivência física para homens e animais, no entanto, a alma do homem é um ser substancial e imortal à semelhança de Deus e não dos animais. Os animais morrem e são desligados, mas o homem permanece consciente mesmo após a morte. As palavras de Cristo e outros textos confirmam isso.
Outro ponto a se observar é o fato de Elias ter ido ao céu em um redemoinho. O apótolo Paulo afirma que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção (1 Coríntios 15:50). Então fica claro que ele entrou no reino dos céus com um corpo transformado e espiritual. A oposição à passagem de Elias indo ao céu seria inventar que ele entrou em um planeta qualquer, mas Paulo ensina que se há corpo natural, há também corpo espiritual:
"Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. " (1 Coríntios 15:44)
Fato é que Elias foi arrebatado e entrou no céu, contrariando alguns que ensinam acerca de um céu não inaugurado e o mesmo afirmam sobre o inferno. Lamentável!
As almas debaixo do altar
Como o sangue é vida ele também é chamado de alma em alguns textos bíblicos. Na tentativa de explicar quem são as almas clamando embaixo do altar no texto de Apocalipse um certo doutor afirma se tratar de sangue. Mas vamos aos detalhes do texto :
"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram." (Apocalipse 6:9-11)
Mesmo que se tente justificar o termo "almas" como sendo "sangue" baseando-se nas palavras de Deus quando o mesmo fala do "clamor" do sangue de Abel, não é o que João quer dizer na passagem supracitada, pelas seguintes razões:
- Os detalhes acerca dessas almas são ricos.
- Elas clamam exaltando a Deus e falam por si mesmas.
- O sangue de Abel "clamando" a Deus é uma expressão figurada, mas almas no texto apocalíptico são pessoas e o termo está no plural.
- As almas recebem respostas.
- A voz que falou com elas não é de um louco a ponto de conversar com um sangue ou fôlego.
- Elas receberam vestes cumpridas. Só um doido daria vestes para um sangue ou sopro se vestir.
- Não é uma passagem simbólica ou metafórica, pois João está falando que viu e ouviu essas almas (do texto se deduz que João ouviu também).
- Sangue ou sopro não precisa de repouso, pessoas sim.
- O repouso não era porque estavam cansadas e sim ansiosas pela justiça divina contra os seus assassinos.
"E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." (Mateus 25:46)
No grego, eterno quer dizer: "indestrutível", "que não para", "que dura para sempre" e é usado também para tempo indeterminado. No texto que lemos o termo "aionios" não pode ser algo que se aniquila, mas que não tem fim, que não para de acontencer. As razões são:
- Tormento eterno não é o mesmo que aniquilação ou destruição, seria contraditório.
- Se haverá vida eterna, vida sem fim, como recompensa para os justos, da mesma sorte os injustos serão atormentados para sempre.
Se sheol em Salmos 9:17 traz o sentido apenas de sepultura, então temos um problema. O salmista diz que todos os ímpios e os apóstatas são lançados no sheol, mas não mencionam os justos! Tanto justos como ímpios vão para a sepultura, porém, nesse caso o profeta cita apenas os ímpios indo para o sheol, dando a entender que não se trata de uma sepultura ou apenas um lugar para justos e injustos, mas sim um lugar de punição para eles. De igual modo sheol, no mesmo verso, não se limita às profundezas de um mar conforme alguns pensam, já que o abismo das águas nunca foi lugar de castigo para ímpios e nações.
"Os mortos tremem debaixo das águas, com os seus moradores. O inferno está nu perante ele, e não há coberta para a perdição". (Jó 26:5,6)
O termo "mortos" do hebraico pode significar que morreu recentemente ou há muito tempo.
Algumas interpretações sugerem que os mortos a que Jó se refere são os animais marinhos. Entretanto, todas as vezes que o mar e os seus animais são citados por profetas e músicos eles sempre são seres vivos e não mortos. O contexto do verso 6 nos dá a dica de que esses mortos são os que foram para a perdição. O termo "perdição" do hebraico quer dizer, entre outros, perder, destruído, perder todos os bens, foi e não é, se foi, não encontrado. Portanto, as várias acepções para perdição no hebraico, e especialmente no verso em questão, sugerem alguém que perdeu a vida e a felicidade. Judas foi chamado "filho da perdição" porque o próprio Deus perdeu a posse da vida dele. Ele mesmo escolheu o seu destino.
Quando Jó exalta a onisciência e a onipresença de Deus ele entende que os mortos no sheol, privados da vida e ocultos aos nossos olhos, tremem. Alguns sugerem que esse tremor se dá por conta de sua consciência da majestade santíssima divina. De qualquer forma, esses mortos foram destruídos (morte física) e foram privados de tudo o que tinham na vida e da misericórdia do próprio Deus! Os antigos de vários países se referiam às águas profundas como algo misterioso e desconhecido e até mesmo ao mundo dos mortos, talvez seja por isso que Jó faz referência a elas para ilustrar lugares escuros, desconhecidos ao homem natural e profundos onde os mortos estão.
Sheol aqui não pode significar somente uma sepultura física, pois esta não está longe do conhecimento humano e nem águas profundas (como alguns interpretam), visto que hoje em dia temos mergulhadores e tecnologia para conhecer suas profundezas, pelo menos até onde conseguiram. A parte mais profunda do oceano que é coberta por águas escuras e frias está a mais de 10.000 metros de profundidade. Por ora, as águas profundas e as sepulturas não estão ocultas aos olhos humanos, mas o mundo dos mortos (sheol) sim. Deus conhece além disso e os mortos que morreram em seus pecados sabem disso, estão conscientes e tremem! Portanto, a palavra inferno se encaixa perfeitamente aqui, pois isso está oculto aos olhos humanos, mas existe!
Observe no contexto de Jó 26:5,6 que ele fala da onisciência e onipresença do justo juíz.
O abismo espiritual
Leia o texto a seguir:
"E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo." (Lucas 8:30,31)
Até mesmo os demônios queriam evitar o abismo porque bem sabiam que não é um lugar agradável nem mesmo para eles que são perversos. Fogo, gritos, tormentos, desespero, sede, pesar e sensação de abandono, densas trevas, seres pavorosos (Ap 9:7-11), desprezo e saudades. Olha, esse lugar é real. Fuja dos que ensinam o contrário negando verdadeira fé. Os espíritos malignos suplicavam a Jesus e, possivelmente, tremiam de medo! São milhares de testemunhos de pessoas que tiveram visões e até foram ao inferno e todas retratam a mesma experiência de horror e consciência, o que comprova a realidade de uma alma que não morre. Tais experiências foram tidas por pessoas de várias religiões, ex-ateus, ex-muçulmanos, ex-budistas, ex-satanistas, ex-trafucantes de várias idades, classes e continentes.
Não nos salvamos com esses testemunhos, mas eles confirmam a veracidade das escrituras sobre a existência do inferno. Você ainda duvidaria da misericórdia e o desespero divinos em salvar a humanidade alertando-a da realidade do inferno conforme as palavras de Cristo? A escolha é tua!
Quando Isaías profetiza a queda do rei de Babilônia fazendo alusão também à queda do anjo rebelde, ele cita um "abismo profundo". Analise o texto:
- O anjo caído que traz o título de satanás era espiritual, então, o abismo referido por Isaías não poderia se limitar à sepultura ou a um abismo físico. O texto de Ap 9:1-11 casa perfeitamente bem com o texto de Isaías, visto que João se refere a satanás como uma estrela caída e como rei de um abismo espiritual.
- O senhor Jesus, filho de Deus, afirmou ter visto o mesmo anjo caindo do céu como raio, ou seja, na velocidade da luz. Assim, não faz sentido lhe atribuir uma sepultura como seu castigo, pois ele é um ser espiritual e não morre.
- O rei de Babilônia tão orgulhoso e perverso como o anjo rebelde teria o mesmo destino dele. Como já provamos biblicamente temos um corpo espiritual.
No grego, a palavra para tormento é (basanismos), que significa "tortura", "tormento", "aflição". A palavra para destruição é (katastrophé), que significa "destruição", "ruína", "acabamento".
Portanto, tormento é um processo que causa sofrimento, enquanto destruição é um evento que causa a cessação da existência. Atente para o que afirma o apóstolo João:
"E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio." (Lucas 16:23)
"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre." (Ap 20:10)
- Quem quiser ser discípulo de Cristo deve renunciar a própria vida (Lucas : 14:26)
- Amar a Deus acima de tudo (Mt 22:37) e acima dos obstinados que estão no inferno por causa de seus próprios pecados.
- Devemos fazer o que for preciso para ajudar ao próximo nesta vida, após a morte nada podemos fazer.
- É tolice acrescentar mais dores ao nosso sofrimento imaginando o que os pecadores estão sentindo no inferno. Eles são responsáveis pelos seus atos.
- Cristo é a nossa paz e devemos agradecer-lhe por ela.
- A salvação é individual e é oferecida a todos.
- Deus trata os pecados como crimes que merecem punição, mas no caso do pecado que não pode ser purificado, a não ser pelo sangue de Cristo, o castigo é infinito e sem recursos de remissão, uma vez que o redentor foi rejeitado.
- O senhor Jesus te pergunta como perguntou a Pedro: "Amas-me mais do que a estes?"
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